Governo dos outros e governo de si em Michel Foucault
DOI:
https://doi.org/10.18041/crilibjur.2015.v12n2.24207Palavras-chave:
Ética, estética da existência, cuidado de si, genealogia do indivíduoResumo
Michel Foucault efetua deslocamentos progressivos até considerar a ética do cuidado de si e a subjetivação como estética da existência. Um destes deslocamentos pode refletir-se como a passagem da genealogia da moral para a genealogia da ética ou como a passagem do governo dos outros para o governo de si. Este artigo analisa como o pensador francês posiciona a ética como fundamento da resistência e a define como a constituição de um indivíduo cada vez mais autônomo que enfrenta as regras do governo que se apropriam de sua vida para determinar seu modo de viver (a biopolítica, o biopoder) e toma uma atitude crítica de não submissão. Assim, enfrentando um poder que tenta normalizar o indivíduo, este dá forma à sua existência. A ética permite ao indivíduo resistir aos poderes que tentam controlar e dominar sua vida e lhe possibilita constituir formas e modos de vida diferentes, criativos e alternativos aos modos de vida normais. Sem um trabalho ético sobre si próprio não é possível resistir, pois a ética da existência faz referência a um processo de subjetivação que se opõe aos mecanismos de sujeição no Ocidente
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