A teoria da acção comunicativa de Jürgen Habermas. Uma interpretação e as suas possíveis aplicações nas ciências da gestão

Autores

  • Simón Andrés Idrobo Zúñiga Facultad de Ciencias Contables Economicas y Administrativas, Universidad del Cauca, Popayan, Colombia

DOI:

https://doi.org/10.18041/1900-0642/criteriolibre.2020v18n33.7538

Palavras-chave:

gestão dialógica, racionalidade comunicativa, racionalidade instrumental, reificação, teoria da acção comunicativa, teoria crítica

Resumo

Uma observação sobre as organizações como células sociais permite-nos identificar que actuam num quadro de racionalidade instrumental, descrito e instrumentado a partir das declarações da sociologia nascente e, especialmente, pelo pensamento de Max Weber, pioneiro da escola burocrática que centrou as suas declarações numa abordagem teleológica e ao mesmo tempo processual a partir da interacção da dualidade "deve ser" e "o que fazer". Este pensamento tornou-se dominante nas chamadas ciências de gestão, gerando acções caracterizadas pela dominação sobre o humano, a sua liberdade e autonomia.

O esforço intelectual deste trabalho consiste em encontrar ou contribuir para uma abordagem diferente nas ciências de gestão, partindo do reconhecimento do contexto histórico da emergência do pensamento crítico, na concepção da Escola de Frankfurt, num cenário de crise espiritual e cultural que abordou as tarefas de uma redefinição da cultura, a revisão dos legados ideais, hegemónicos e centrais do pensamento da modernidade clássica, da modernidade iluminada, da modernidade burguesa e da sua crise de conceitos como razão, subjectividade, tempo, narrativa, realidade, progresso, verdade e valor. É dada grande importância à produção de Jürgen Habermas, identificando no seu trabalho as categorias de "mundo da vida", "racionalidade" e "comunicação" e a sua crítica de integração de mecanismos como o dinheiro através do mercado, poder na estrutura das organizações e solidariedade gerada em virtude de normas, valores e comunicação.

Sobre estas bases, justifica-se a necessidade da teoria da acção comunicativa para compreender e superar a "racionalidade instrumental" de modo a que a gestão social (ou inclusão) colonize a gestão estratégica (ou exclusão) e não como tem vindo a acontecer sócio-históricamente. Sob as perspectivas anteriores pretende-se contribuir para o debate sobre como conseguir uma gestão "economicamente eficiente" e "humanamente viável" para encontrar uma reificação do potenciação dos sujeitos, nunca a sua aniquilação, porque as organizações são redes do tecido humano que transcendem os processos instrumentais.

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Biografia do Autor

  • Simón Andrés Idrobo Zúñiga, Facultad de Ciencias Contables Economicas y Administrativas, Universidad del Cauca, Popayan, Colombia

    Profesor asociado, Universidad del Cauca, Ph.D en Administración, Universidad Andina Simón Bolívar, Quito, Ecuador; magíster en Administración con especialidad en Finanzas, Instituto Tecnológico de Monterrey, México; contador público, Universidad del Cauca; especialista en Finanzas, Universidad EAFIT, Medellín; especialista en Administración Financiera, Universidad EAN, Bogotá; especialista en Gerencia de Proyectos, Universidad del Cauca; especialista en Revisoría Fiscal y Auditoría Externa, Universidad Autónoma de Bucaramanga; especialista en Gerencia Tributaria, Universidad Libre; integrante del grupo de investigación “Contabilidad sociedad y desarrollo”; miembro académico del Centro Colombiano de Investigaciones Contables C-Cinco. - .https://orcid.org/0000-0001-9798-172X.

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Publicado

2020-12-01

Como Citar

A teoria da acção comunicativa de Jürgen Habermas. Uma interpretação e as suas possíveis aplicações nas ciências da gestão. (2020). Criterio Libre, 18(33), 35-64. https://doi.org/10.18041/1900-0642/criteriolibre.2020v18n33.7538