Marcuse e a ponta do iceberg
DOI:
https://doi.org/10.18041/1692-5726/sin_fundamento.30.2023.12414Palabras clave:
Herbert Marcuse, sociedade unidimensional, teoria crítica, racionalidade tecnológicaResumen
O ano de 1968 é considerado um ano marcante, tanto pelas lutas de estudantes e operários quanto pelo movimento contra-revolucionário que se lhes seguiu. Marcuse é um dos personagens lembrados quando se refere a 1968. Foi considerado o guru da New Left. Obteve uma popularidade muito grande para além da academia, tanto que foi censurado pela direita conservadora quanto também pela esquerda “ortodoxa”. Passados mais de quarenta anos, é possível ver com mais clareza o seu legado. A proposta da comunicação é mostrar a atualidade teórica de Marcuse, afirmando que ele teria visto a “ponta do Iceberg” com que nos defrontamos hoje, para usar uma expressão de Paulo Arantes. Apesar das diferenças conjunturais, pode-se afirmar que as tendências hoje predominantes, já estavam presentes ou em gestação naquele período. De fato, em suas 33 teses sobre a conjuntura do pós-guerra, publicadas postumamente, Marcuse mostra sua argúcia ao perceber a futura divisão do mundo no que veio a ser a Guerra Fria. Mesmo assim, não se enganou ao afirmar o caráter unidimensional da sociedade contemporânea, ao julgar que a competição entre capitalismo e socialismo levaria a uma equivalência entre ambos, em favor do primeiro. A tensão predominante em 1968 é a mesma que se mantém oculta hoje e que se pretende apagada: a tensão entre liberdade e contenção social. Os anseios por um novo modo de vida, uma nova cultura e moralidade, esbarram na cada vez mais crescente contenção contrarrevolucionária que busca manter vivos os valores inabaláveis de exploração do capital. O processo de contrarrevolução aberto no fim dos anos 1960, e que culminou em 1989 com a queda do Muro de Berlim e em 1991 com o fim da União Soviética, não terminou, apenas recrudesceu em 2001 com os ataques terroristas e com a guerra terrorista de Bush.
Descargas
Referencias
Adorno, T. and Horkheimer, M. (1947). Dialetic of Elightenment. Continuun International Publishing Group.
Aronowitz, S. (1999). The Unknown Herbert Marcuse. Social Text, 58, 133–154. http://www.jstor.org/stable/466719
Cobb, M. (2004). Diatribes and Distortions: Marcuse’s Academic Reception
En: J. Abromeit and M. Cobb (Eds.), Herbert Marcuse – A critical Reader (pp. 163-187). Routledge.
Kellner, D. (1994). A Marcuse Renaissance? In J. Bokina & T. J. Lukes (Eds.), Marcuse: From the New Left to the Next Left (pp. 245–268). University Press of Kansas. https://doi.org/10.2307/j.ctv1p2gksc.18
Loureiro, I. M. (1998). Herbert Marcuse: a relação entre teoria e prática. Capítulos do marxismo occidental (pp. 99-120). EdUNESP.
Loureiro, I. (2005) Herbert Marcuse - anticapitalismo E emancipação, Trans/Form/Ação, 28(2), pp. 7–20.
Marcuse, H. (1999). Tecnologia, guerra e fascismo. Unesp.
Marcuse, H. (2001). Towards a Critical Theory of Society. Collected papers of Herbert Marcuse, vol. 2. Routledge.
Marcuse, H. (1955). Eros and civilization - a philosophical inquiry into Freud. Vintage Books.
Marcuse, H. (1965). .Repressive Tolerance. En R. P. Wolff, B. Moore, and H. Marcuse (Eds.), A Critique of Pure Tolerance (pp. 95-137). Beacon Press.
Marcuse, H. (2015). O homem unidimensional. Trad. Rafael C. Silva, Deborah C. Antunes e Robespierre de Oliveira. Edipro.
Matick, P. (1977). Os limites da integração. O homem unidimensional na sociedade de classes (1969). En P. Matick (Ed.), Integração capitalista e ruptura operária (pp. 149-217). A regra do jogo edições.
Nicholsen, S. W. (1994). The Persistence of Passionate Subjectivity: Eros and Other in Marcuse, by Way of Adorno. En J. Bokina & T. J. Lukes (Eds.), Marcuse: From the New Left to the Next Left (pp. 149–169). University Press of Kansas. https://doi.org/10.2307/j.ctv1p2gksc.13
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Sin Fundamento

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.