Dissertações ontológicas: descolonizar o eu, re-significando e dirigindo nosso trabalho intelectual com conhecimentos ancestrais

Resumo

Este artigo é uma reflexão sobre o que se aprofunda na expressão think-us em referência ao que estamos sendo na perspectiva das ontologias do presente, em termos de conhecimento ancestral, mas que são a própria raiz do conhecimento que protege a vida e suas múltiplas formas de ser e habitar o mundo. O ponto de partida é a questão: Quais são a sobrevivência e a persistência dos ancestrais nas práticas agroalimentares da vida camponesa como ontologias do presente? Estas preocupações estão enquadradas na linha de pesquisa de diferenças epistêmicas e subjetividades ontológicas e trabalhadas a partir da compilação e escuta das histórias de vida das mulheres que lembram modos de vida camponeses, concentrando-se em três referências: epistemológica, metodológica e política, em termos de significados de sentido. Chegamos a uma conclusão e a uma abertura na qual afirmamos que as relações e tensões que se apresentam como conflitos socioambientais entre a policultura herdada e a monocultura instalada são conseqüência do compartilhamento de espaços e atividades dentro de um mesmo território, mas com interesses totalmente diferentes na vida, de modo que uma ação de um sistema produtivo afeta com múltiplos impactos tanto os povos ancestrais como a própria vida e o meio ambiente, exigindo assim a criação da teoria ou "ciência própria" da América Latina.